Moda já deixou de ser sinônimo de futilidade e improvisação há muito tempo. A palavra "moda" vem do latim modus, significando "modo", "maneira.
Nada mais é que um sistema que acompanha o vestuário e o tempo, que integra o simples uso das roupas no dia-a-dia a um contexto maior, político, social, sociológico. Você pode enxergar a moda naquilo que escolhe de manhã para vestir, nas passarelas do Brasil e do mundo, nas revistas e até mesmo no terno que veste um político ou no vestido da sua avó. Moda não é só "estar na moda". Moda é muito mais do que a roupa.
Pense no jeito que as pessoas se vestiam na década de 70, 80 e tente, ainda, achar um denominador para o que as pessoas usavam na década de 90. Essas evoluções e mudanças é que são a moda. Ao acompanhar essas transformações, a moda serve como reflexo das sociedades à volta. É possível entender um grupo, um país, o mundo naquele período pela moda então praticada.
A moda sofreu uma reviravolta com o nascimento da burguesia na Europa. Os burgueses copiavam descaradamente os tecidos, o jeito de se vestir e se portar da nobreza, que não ficou muito contente em se parecer com com esses plebeus "endinheirados". Começaram então a criar códigos internos de vestir que mudavam rapidamente, antes que a burguesia tivesse tempo de copiá-los.
Nesse período também foi criado as regras de etiqueta, com o objetivo também de diferenciar a origem.
A nobreza então caiu, os burgueses se tornaram os donos do mundo, mas a moda da moda pegou.
Atualmente, pode ser que estejamos acostumados com um sistema que restringe a moda em desfiles, tendências e modismos.
Mas sempre foi assim?
Ao contrário do que talvez possamos pensar em nosso mundo globalizado, a moda não é algo universal, pois os povos primitivos desconhecem o conceito . Tampouco a moda é algo que existe há muito tempo: no Egito antigo nada no vestuário mudou num período de 3 mil anos.
Aos poucos, a evolução no vestuário foi acontecendo. No século 19, a moda passa então a atender ás necessidades de afirmação pessoal, do indivíduo como membro de um grupo, e também a expressar idéias e sentimentos. Antes, não havia distinção entre os tecidos usados por homens e os usados por mulheres; é no século 19 que o vestuário desses dois grupos se afasta cada vez mais.
Muitos sentem-se manipulados pela moda. "Estar na moda" parece ser coisa para uma elite (econômica, social e cultural) e, portanto, mobiliza certa raiva por parte de quem está "de fora". Esquece-se que há também a moda dos guetos, dos nichos, a moda da contracultura, alternativa, anticonformista, de protesto.